segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Você já viu uma alma formosa?

Não falo de Jesus, Madre Tereza ou Francisco de Assis. Falo de pessoas que estão a nossa volta, seres humanos normais, que erram, que choram, que se irritam e perdem o controle de vez em quando.
Quando criança eu pensava que pra ter uma alma boa eu precisaria abdicar de todos os meus pecados, vontades, desejos, fazer tudo certinho, não falar palavrão, não mentir, não magoar, não brigar, não... não... não...
Na adolescência comecei a perceber que eu jamais teria uma alma boa, porque afinal de contas, é bom cometer alguns pecados, contar umas mentirinhas, se entregar a alguns desejos, perder o controle e agir como um ser humano normal. Então foi aí que surgiu minha preocupação: eu sou uma pessoa ruim!
Mas fui conhecendo muitas pessoas ao longo do tempo e vi que eu não era um ET... eu era e sou apenas humana, passível de erros, de fraquezas, de medo, insegurança, dor, raiva, e qualquer outro sentimento desse mundo.
Madre Tereza era sim uma alma boa, Jesus então... mas a minha volta têm muitas almas formosas. Minha mãe que luta sozinha pra que eu seja uma pessoa feliz e realizada é uma alma linda. Desde os 18 anos ela abriu mão de si mesma pra viver em função da família, muitas vezes nem teve o reconhecimento que merecia, muitas vezes foi criticada, magoada, ferida, mas nunca perdeu sua essência de guerreira.
Lembro-me de quando eu era criança e ela, enquanto cozinhava, me ensinava as letras do alfabeto, os números. Imagino que nesse momento devia passar pela cabeça dela a seguinte cena: eu adulta, trabalhando, feliz. Todo inicio de ano ela fazia margem nos meus cadernos e colava em todas as folhas desenhos da turma da Mônica, ia a todas as reuniões, sempre bonita, educada, interessada, me enchia de orgulho.
Quando falei meu primeiro palavrão, tive que comer pimenta... na hora fiquei furiosa, não era motivo para tanto, mas agora, quando vejo as pessoas desrespeitando umas as outras através de palavras, entendo a atitude dela...
Ao invés de me isolar do mundo, ela recebia em nossa casa todos os meus amigos. Sempre foi uma anfitriã perfeita. Sorria pra todos, mesmo nos dias de tristeza e problemas. Queria que todos se sentissem bem no nosso cantinho.
Minha mãe tem uma profissão que admiro muito, é professora, e através dela muitas pessoas foram amadas e ajudadas. Era e ainda é lindo ver o amor com que ela trata cada criança e cada adolescente que passa pela vida dela.
A ela eu confidenciei meu primeiro beijo, meu primeiro amor, compartilhei minhas primeiras vitórias, quando passei no vestibular, consegui meu primeiro emprego, dei minha primeira aula. Além de ser mãe, ela tinha tempo pra ser amiga, psicóloga, educadora, cozinheira, faxineira, esposa, e qualquer outro papel que a ela a vida destinasse.
Ela não é perfeita, é humana, mas tem a alma mais formosa que já vi.
Você já viu uma alma formosa?

                                                                                                                                                   Ludmila F.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Ontem foi dia... das filas nos caixas das lojas de departamento, dos motéis lotados, de triplicar o lucro das floriculturas... e o motivo é nobre: é Dias dos Namorados!!
Que me perdoem os perdidamente apaixonados, mas na vejo o menor sentido em nada disso! Não que eu nunca tivesse sido assim em algum momento da minha vida, mas tenho aprendido a comemorar de outras formas.
Não seria um presente a cumplicidade no dia a dia? O respeito às diferenças? A dedicação? A amizade? Gestos não programados de carinho? Um abraço apertado no meio da semana depois de um dia tenso? Um afago nos cabelos? Casais que se ajudam? Que se somam?

Feliz dia dos namorados!

                                                                                                           Ludmila F. Fernanda

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Singela homenagem....


Como diria o cantor: “A amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir....!”
Quanto vale uma amizade? Essa pergunta se equipararia a outra... Quanto vale uma vida? Já ouvi alguém dizer que a amizade vale uma vida. Viver nada mais é que nascer, crescer e morrer de forma resumida, e a amizade faz parte desse ciclo.
Sentimentos, ações, caminhos traçam a trajetória de vida de uma amizade.
Vivemos em uma roda gigante de emoções (também escutei essa frase...), mas acho que o que melhor definiria seria aquele aparelho Kamikaze, completamente inconstante, cíclico e instável. Assim como a espiral de Graves, onde fica claro segundo a visão dos psicólogos com relação às mudanças do mundo em função das mudanças do homem, onde há cores determinando em qual fase que o ser humano vive naquele determinado momento, vivendo nessa espiral tive a certeza de que o nunca só vale por um momento, e que somos seres mutantes por natureza, mas sem super poderes...
Os únicos pequenos poderes que temos são: amar, perdoar, odiar, surpreender, magoar, curtir, viver, mas todos esses dependem de você mais alguém...
Amizade é assim: se doar e receber, aquela história de dar sem receber é só na teoria, não é verdade? Amizade não é unilateral, tem sentindo verdadeiro...
Prazo de Validade aqui não existe, se traduz a: sorrisos e lágrimas, abraços e despedidas, mas existe um tempo que inexiste dentro dos corações que têm amigos.
Novos amigos surgem a cada dia, agora, velhos amigos perduram a eternidades.
O amor de uma amizade é indecifrável, acontece independente de raça, cor, sexo ou opção sexual, idade... Nada disso importa, apenas a verdade no olhar de cada envolvido. Façamos um teste, olhe para quem você considera como amigo, se sentir a verdade terá o maior tesouro do mundo em suas mãos: a amizade!
No meu caso, tudo começa nas minhas famílias, digo famílias porque tenho duas famílias, a de sangue e a de coração; depois vêm as pessoas que Deus coloca em meu caminho, me presenteando... Independente da distância, dos relacionamentos, das escolhas que fazemos durante a vida, tenho certeza de que um pedaço de meu coração não me pertence mais, mas sim está distribuído, com a minha verdade (às vezes franca por demais kkk) e com meu amor...
Dedico a vocês meus amigos...
Amo vocês...


Flávia Mariama

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Diálogo a uma saudade

Hoje você apareceu de novo em forma de sentimento, acho que era nostalgia a princípio e depois ficou como saudade.
Você se foi tão de repente, sem nos dar nem a oportunidade de darmos um último beijo, um último abraço, um último adeus...
Ao contrário de um suspiro de amor que começa num suspiro vazio e depois ganha vida você se foi tão rápido...
Se foi, sem ao menos nos deixar uma gargalhada, mas deixou olhares tristes como se já estivesse se desfazendo num silêncio ensurdecedor.
Todos os dias me dói sua ausência, mas há momentos em que essa dor arde e machuca, então grito em meu coração pedindo a Deus o seu retorno, mas sei que Ele não pode me atender;
Busco fugas em meu dia-a-dia, mas não tem funcionado muito bem;
Ainda escuto sua buzina quando, à tarde, olho pra garagem vazia e silenciosa.
Vejo seus olhos verdes folha-seca todas as noites a rir pra tv, e meu coração sorri junto, mas segundos depois dorme esperando o dia seguinte.
Deixou-me tesouros, mas a vida após a sua partida arrancou de mim mais uma célula de amor...
Mas ainda estamos de pé com a certeza de que um dia nos reuniremos novamente, através do sentimento mais nobre e nos dias de hoje tão raro entre os seres humanos, o amor...
Muitas pessoas me prometeram que desempenhariam seu papel no momento de sua despedida, mas logo se esqueceram ou talvez apenas constataram que essa tarefa seria impossível.
Tento guardar nossa família como você tão nobremente fazia, mas sinto que meu poder é irrisório frente ao teu.
Amo-o e sempre o amarei, de longe sei que me vê e me guarda.
Ama nossa família e se coloca como um anjo guardião...
Assim consigo viver,
Assim consigo viver...


Homenagem a Geraldo Eustáquio França, meu pai querido, meu eterno amor....


Flávia Mariama

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ser Professor


Defendo uma teoria muito especial sobre essa profissão: ser educador não é uma escolha, mas um dom. Tem gente que acredita ter escolhido ser professor, seja pelas 2 férias anuais, pelas poucas horas de trabalho, pela facilidade dos cursos de licenciatura. Mas não! Definitivamente não! Penso que muitos até exercem essa função por escolha a princípio, mas só quem tem esse dom é capaz de viver a licenciatura na sua essência.
Desde sempre eu soube que seria professora, era um desejo que estava na minha alma, e que hoje consegui por em prática. Mas admito que não é tão simples assim. Até mesmo os dons precisam ser aperfeiçoados, e é aí que travo minha batalha diária: ser cada dia melhor.
Quem pensa que pode chegar, encher o quadro, explicar uma matéria e cobrá-la dos alunos sem ter qualquer tipo de envolvimento se engana. É preciso mais do que técnicas, geralmente apreendidas na universidade, para obter o sucesso profissional nessa área. Ser professor também é ser psicólogo, mãe ou pai, amigo, conselheiro...
Os alunos não são como máquinas que podemos programar para executar determinada tarefa, mas muitas vezes agimos como se fossem. É preciso lembrar que são seres humanos, alguns com poucas vivências, outros com experiências dignas de um adulto, mas cada um com sua individualidade, seu tempo, suas capacidades e habilidades totalmente influenciadas pelo ambiente onde vivem. Os adolescentes podem ser surpreendentes, tanto para o bem quanto para o mal, pois carregam dentro de si uma história de amor, de tristeza, de alegria, de sonhos... temos que respeitar isso... e amar... amar e amar...
É preciso ter pulso forte, senso de organização e disciplina, mas, sobretudo ter paciência, carinho e compreender que ser educador exige muito mais do que conhecimento, exige que estejamos dispostos a aprender... aprender a ser mais humildes, mais humanos, mais sensíveis aos problemas alheios.
Se o professor não for capaz de lidar com essa heterogeneidade, nunca conseguirá fazer com que seus alunos ultrapassem a tênue linha que separa o saber (conteúdos) e o ser social (viver e conviver em meios diversos). E o papel da escola é sim tornar aquele aluno apto a viver também além dos muros da escola.
Esse ano passei por uma experiência única. Tenho uma aluna que há algum tempo vem passando por problemas familiares, o que a tem deixado muito deprimida, triste, a ponto de tentar tirar a própria vida. Fiquei um tempo pensando num modo de me aproximar sem ser invasiva. A oportunidade veio quando eu li um texto em sala que se intitula "A lição do mendigo". Ela chorava a cada frase que eu lia, e assim ela se abriu comigo. Eu a aconselhei e nessa hora percebi o tamanho da minha responsabilidade sobre aquelas vidas.
Pode parecer puro idealismo de principiante, afinal, faz menos de 2 anos que comecei a lecionar. Ainda não passei por situações extremas como muitos professores têm passado dentro das salas de aula. Tenho consciência de que como toda e qualquer profissão, a educação tem seus percalços, mas quando fazemos algo com amor a probabilidade de dar certo é sempre maior.
Para mim não existe nada mais prazeroso que acordar pela manhã com o coração transbordante de alegria de saber que estou indo para a escola. Não há nada mais gratificante que sentir o carinho e o respeito dos alunos. Durante o trajeto, me vêm à mente os rostinhos de cada um deles, e nesse momento peço a Deus que faça de mim um espelho de boas atitudes, bons pensamentos, um incentivo para o progresso na vida de cada um deles.
Também peço a Deus que me dê cada dia mais maturidade e sabedoria, pois lidar com o ser humano e toda sua complexidade é uma árdua missão que quero muito cumprir com amor, solidariedade, respeito e humildade.


Ludmila Fernanda
Abril 2011

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Reflexão: O preço da Felicidade


 
Tenho ouvido muito dizer sobre a felicidade. Mas o que é a felicidade? Até que ponto deve-se chegar ao sacrifício máximo para tentar alcançar a felicidade que muitas vezes nem nos pertence? Parece papo puro de auto-ajuda, mas vou explicitar no contexto da Gestão de Recursos Humanos.
Esta reflexão começou após uma conversa que escutei em um toalete de shopping. Para os mocinhos de plantão esse local é utilizado muito por nós mulheres também quando estamos a fim de fugir de multidões e nos libertar de angústias presas no coração.
E foi em uma dessas buscas, que presenciei uma mocinha aparentemente com 23 anos, muito bem vestida, conversando ao celular com o pai. Resumirei a conversa que não foi muito longa, mas para entenderem a descreverei em breves palavras:
_ Pai, é o senhor?
_ Pai, pelo amor de Deus, eu não agüento mais...
_ Se eu continuar trabalhando nesse lugar, eu vou adoecer... Pai, por favor, briga comigo não, mas acho que vou sair...
_ Pai... snif...snif....
Foram lágrimas e lágrimas de desespero que essa moça deixou rolar de seus olhos que não tinham vergonha de mostrar a quem estivesse utilizando o toalete que suas forças tinham chegado ao fim e a tristeza tomava conta.
Depois dessa cena recapitulei muita coisa que aconteceu em minha vida e na vida dos que me cercam.
Quantas vezes não somos atendidas por caixas de supermercados ou lojas, com um mau humor reluzente em suas faces entediadas?
Por diversas vezes escutei de minha família e amigos, quando me sentia infeliz em minhas experiências profissionais:
_ “Menina não fique triste não, trabalhar é assim mesmo, é engolir sapo todos os dias”; ou então,
_ “Emprego não traz felicidade, só a merreca do seu suor no início do próximo mês” e dentre os piores absurdos que já ouvi de um ex patrão, um jovem na faixa dos 40 anos:
_ “Eu não gosto de trabalhar com mulher, lugar de mulher é atendendo o marido, por isso devem sofrer...”.
Tudo o que descrevi acima infelizmente é uma realidade que tem se tornado uma constante no gráfico da vida de todos. Um ou outro tem a sorte de ser feliz trabalhando, de não ter um ataque de stress, de sofrer com problemas decorrentes a depressão ou até mesmo infartos.
Aí lembro das minhas aulas sobre a responsabilidade da Gestão de Pessoas por parte do setor de Recursos Humanos das empresas com relação à motivação de seus funcionários.
Motivação pessoal está ligada a coisas intrínsecas, e cada um tem as suas necessidades e aspirações. Há condicionantes que ajudam como aumento de salário e premiações, mas estes não são fatores motivadores.
Li uma vez no jornal O Globo, uma especialista que dizia que: “O que desmotiva é exatamente você oferecer um fator de contra-satisfação. Você não saber e não atender aquilo que a pessoa quer. Se ela que um trabalho mais complexo, que exija mais dela, se você colocá-la no arquivo morto da empresa, você está desmotivando pessoas”.
Segundo Francisco Gomes Matos, sua pesquisa demonstrou que seres humanos felizes são verdadeiramente produtivos.
E o mais interessante é que se fizermos uma análise de nossas experiências veremos que esta é a mais pura realidade, e que muitas vezes está desconexa do setor de recursos humanos. Quantas vezes no dia-a-dia lidamos com pessoas altamente capacitadas em setores contrários a sua capacidade e infelizes? E normalmente o setor de RH não tem nem idéia dessa situação, acaba pecando em procurar profissionais do mercado ao invés de aproveitar os seus próprios valores e em várias ocasiões perdem ótimos profissionais por um mercado sedento de novos valores.
O RH precisa ter a consciência de que essa Felicidade tanto almejada, não depende exclusivamente do ambiente de trabalho, mas uma fórmula equilibrada entre o social, familiar, pessoal e espiritual.
Cabe ao RH estratégico a sensibilização das lideranças e o desenvolvimento de projetos para a valorização das pessoas dentro da organização, assumindo posturas de disseminação de atitudes que valorizam os funcionários, com respeito e ética, estimulando o querer fazer parte e dar tudo de si à organização.


Flávia Mariama


Fonte:
http://www.rh.com.br/Portal/Motivação/Entrevista/6159/colaboradores-felizes-tem-melhor-desempenho.html